A crise da educação no Brasil não é uma crise; é um projeto”
Darcy Ribeiro
No ano em que Darcy Ribeiro completaria 100 anos, o sociólogo, antropólogo, professor, escritor, indigenista, membro imortal da Academia Brasileira de Letras, ex-ministro da educação e da casa civil, é homenageado como símbolo no ano comemorativo da UERJ.
Personagem imprescindível na construção das políticas de educação no Brasil, Darcy Ribeiro foi responsável pela fundação da Universidade de Brasília (UnB) e da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF), bem como pela criação de um generoso projeto de educação em tempo global no Estado do Rio de Janeiro (os Cieps). Nosso imortal centenário contribuiu para a organização da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (Lei nº 9394/96) e para o art. 8º da Lei Estadual nº 5.361, de 29 de dezembro de 2008, que versa sobre incentivos à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no Estado do Rio de Janeiro.
Com seu lado antropólogo e político, nosso homenageado foi extremamente relevante para a causa indígena, tendo participado do serviço de proteção ao índio (atual Funai), idealizado o Museu do Índio e o Parque Indígena do Xingu. Para a Unesco, formulou estudo do impacto da civilização sobre os grupos indígenas brasileiros no século XX, colaborou com a Organização Internacional do Trabalho na geração de um tratado sobre os povos nativos de todo o mundo, planejou e conduziu o primeiro curso de pós-graduação em Antropologia no Brasil.
Darcy Ribeiro foi figura essencial na defesa e consolidação do Estado Democrático de Direito no Brasil e na luta contra a ditadura militar em nosso país.
Com sua luta e resistência contra as discrepâncias sociais e seu foco na promoção da educação de qualidade para todos, Darcy Ribeiro foi reconhecido com títulos de doutor honoris causa emitidos pelas Universidades de Sorbonne, Copenhague, Uruguai, Venezuela e Universidade de Brasília.
Falecido em 1997, seu legado para as políticas educacionais está vivo na LDB, assim como nos traços que Niemeyer imprimiu nos Cieps fluminenses. Seu pensamento segue inspirando nosso pensamento moderno, como motivador das causas em defesa da educação e de uma coletividade que também reconheça e privilegie os povos originários no Brasil.
Viva Darcy Ribeiro!
O que é o ano comemorativo?
Inaugurado a partir de 2008, no centenário de Machado de Assis, a UERJ escolhe uma data
especial e celebra uma personalidade nacional ou internacional, ou fatos
importantes para o Brasil e para a humanidade.
Começamos com o
grande bruxo da literatura brasileira, celebramos a ciência no
bicentenário de Darwin, em 2009 e, em 2014, homenageamos Leon Foucault.
Seu famoso pêndulo foi construído bem no centro de nosso prédio do
Macaranã.
A literatura também foi contemplada em alguns anos: Nelson
Rodrigues foi lembrado em seus 100 anos; nossa uerjiana Dirce Côrtes
Riedel encheu nosso 2015 de orgulho de sua trajetória na educação e na
formação de professores.
As artes vieram representadas em 2011, com a
homenagem ao grande ator Paulo Gracindo, tão reconhecido por suas
atuações inesquecíveis na televisão, cinema e teatro. Também em 2015,
com Tomie Ohtake, celebrada ainda em vida, como a artista abstrata
japonesa mais brasileira de todas.
A música, tão próxima de nossos
campi, mas ainda do Maracanã, cercado por Mangueira e Vila Isabel, foi
comemorada em grande estilo, com um 2010 dedicado a Noel Rosa e um 2016 todo para o Samba, no centenário do ritmo essência da música brasileira.
2018 e 2019 foram anos marcantes! O primeiro celebrou os 70 anos da
Declaração dos Direitos Humanos e um de seus símbolos maiores, Nelson
Mandella, que celebrava seus cem anos de nascimento. Com essa data
lembramos a importância de a Universidade discutir o tema e se engajar
na luta pela igualdade de direitos em todos os níveis da sociedade.
Em 2019, uma uerjiana icônica foi lembrada também em seu centenário: Carmem Portinho. 2020 celebrou o consagrado economista Celso Furtado trazendo a mensagem de que é possível um mundo melhor, apesar de tudo que temos vivido ultimamente. Celso Furtado um intelectual que pensou o Brasil.
2021 lembrou o centenário do mais citado e premiado dos autores brasileiros dedicados à Educação. Paulo Freire segue vivo na esperança da transformação da sociedade pela educação. A celebração contou com Seminários e eventos que lembraram o legado do grande educador.
Chegamos a 2022 e celebraremos o centenário de Darcy Ribeiro, sociólogo, antropólogo, professor, escritor, indigenista, membro imortal da Academia Brasileira de Letras, ex-ministro da educação e da casa civil. Uma inspiração em momentos tão sombrios, na luta pela educação e pela igualdade, pela democracia e pelos direitos de nossos povos originários. Venha celebrar Darcy Ribeiro com a gente!