O Brasil enriqueceu, desenvolveu-se,
mas mantém sua subordinação aos grandes centros,
às decisões negociadas fora do país.
Celso Furtado
Celso Furtado nascido no alto sertão da Paraíba foi escritor, jornalista, economista. Um homem preocupado com as questões do Nordeste brasileiro, mas de pensamento progressista e cosmopolita.
Na década de 1950, presidiu o grupo que elaborou um estudo sobre a
economia brasileira, base do Plano de Metas do governo Juscelino
Kubistchek, sendo seu Ministro para o Desenvolvimento do Nordeste.
Internacionalmente, integrou a Comissão Econômica para a América Latina
e o Caribe (Cepal) e foi docente das mais importantes universidades
europeias, influenciando estudiosos do mundo inteiro com
sua visão sobre o desenvolvimento econômico. Certamente, nosso
economista mais reconhecido mundo afora, tendo sido indicado ao
Prêmio Nobel de Economia em 2004.
No ano do seu centenário, recebe a homenagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Inaugurado a partir de 2008, no centenário de Machado de Assis, a UERJ escolhe uma data
especial e celebra uma personalidade nacional ou internacional, ou fatos
importantes para o Brasil e para a humanidade.
Começamos com o
grande bruxo da literatura brasileira, celebramos a ciência no
bicentenário de Darwin, em 2009 e, em 2014, homenageamos Leon Foucault.
Seu famoso pêndulo foi construído bem no centro de nosso prédio do
Macaranã.
A literatura também foi contemplada em alguns anos: Nelson
Rodrigues foi lembrado em seus 100 anos; nossa uerjiana Dirce Côrtes
Riedel encheu nosso 2015 de orgulho de sua trajetória na educação e na
formação de professores.
As artes vieram representadas em 2011, com a
homenagem ao grande ator Paulo Gracindo, tão reconhecido por suas
atuações inesquecíveis na televisão, cinema e teatro. Também em 2015,
com Tomie Ohtake, celebrada ainda em vida, como a artista abstrata
japonesa mais brasileira de todas.
A música, tão próxima de nossos
campi, mas ainda do Maracanã, cercado por Mangueira e Vila Isabel, foi
comemorada em grande estilo, com um 2010 dedicado a Noel Rosa e um 2016
todo para o Samba, no centenário do ritmo essência da música brasileira.
2018 e 2019 foram anos marcantes! O primeiro celebrou os 70 anos da
Declaração dos Direitos Humanos e um de seus símbolos maiores, Nelson
Mandella, que celebrava seus cem anos de nascimento. Com essa data
lembramos a importância de a Universidade discutir o tema e se engajar
na luta pela igualdade de direitos em todos os níveis da sociedade.
E
no ano passado uma uerjiana icônica foi lembrada também em seu
centenário: Carmem Portinho. Ela foi diretora da nossa Escola Superior
de Desenho Industrial, sendo a primeira engenheira a frente de uma
enorme equipe de trabalhadores para a construção do Museu de Arte
Moderna do Rio de Janeiro. Carmem foi pioneira em várias ações voltadas
para a preservação do planeta e a habitação para os mais pobres, não se
negando a lutar para fincar as raízes do movimento feminista no país. 2020
celebra o consagrado economista Celso Furtado que, assim como cada
homenageado nos anos anteriores, nos traz a mensagem de que é possível
um mundo melhor, apesar de tudo que temos vivido neste ano. Venha
celebrar com a gente! Celso Furtado um intelectual que pensou o Brasil